A Acessibilidade Digital elimina as barreiras na Web, para que sites, apps e documentos possam ser acessados e compreendidos por todos. Saiba mais.
Cada vez mais, tem se falado a respeito da inclusão social. Esse conceito consiste em oferecer oportunidades iguais de acesso a bens de consumo, serviços, entre outros. No cenário tecnológico atual, tornou-se fundamental que as empresas se atentassem para a acessibilidade digital dos seus meios de contato com o público.
Essa acessibilidade visa garantir a democratização de acesso às páginas da web para todas as pessoas. Entenda quais os tipos de acessibilidade, por que é importante garanti-la e de que forma isso faz sua empresa crescer.
O que é acessibilidade digital?
Segundo o Governo Federal Brasileiro, a Acessibilidade Digital é a eliminação de barreiras na Web. Dessa forma, esse conceito implica que os sites e portais digitais sejam projetados de tal forma que todas as pessoas possam compreender, navegar e interagir de maneira adequada com as páginas.
Nas palavras do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, garantir a acessibilidade digital é se certificar que os documentos digitais, sites e aplicativos que as empresas utilizam, não apresentam barreiras de acesso. Dessa forma, eles podem ser interpretados pelos recursos de tecnologia assistiva: mouses e teclados adaptados, leitores de tela, etc.
Mesmo com o desenvolvimento digital acelerado, ainda existem diversas barreiras nas páginas da web que dificultam o acesso aos conteúdos, principalmente por parte das pessoas com determinados tipos de deficiência.
Com isso, ao navegarem em sites e outros portais da internet, essas pessoas se deparam com obstáculos que dificultam e podem até mesmo impossibilitar seu acesso aos conteúdos e páginas.
No Brasil, conforme aponta o Censo Demográfico do IBGE de 2010, existem cerca de 45 milhões de pessoas com algum tipo de dificuldade para ver, ouvir, se movimentar ou alguma categoria de deficiência intelectual. Esse número representa 23,9% da população brasileira.
Dessa forma, se o Brasil tivesse 100 pessoas, cerca de 7 delas teriam deficiência motora, 5 teriam deficiência auditiva e 19 teriam deficiência visual. Por isso, é fundamental que as empresas invistam na implementação da acessibilidade em seus portais, mídias sociais e demais canais de atendimento ao cliente.
A principal ideia desse conceito, é garantir que todas as pessoas tenham acesso às mesmas informações, independentemente das suas limitações. Vale lembrar que esses usuários representam uma grande parcela das pessoas que utilizam a web, ou seja, ao investir na acessibilidade digital as empresas também melhoram a performance da marca na internet.
Quais são os tipos de acessibilidade digital?
No documento que consta as Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG — Web Content Accessibility Guidelines), constam as normas padrão para grande parte das legislações relacionadas à acessibilidade de sites.
O material contém recomendações para tornar o conteúdo da Web mais acessível para as pessoas com deficiência, incluindo: pessoa cega; pessoa com deficiência visual; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva; pessoa com dificuldades de aprendizagem; pessoa com limitação cognitiva ou limitação de movimento; incapacidade de fala; fotossensibilidade e combinações destas características.
Dessa forma, ao aplicar essas orientações, seu conteúdo ficará mais acessível também aos demais usuários. Confira a seguir, os quatro tipos de acessibilidade que devem ser aplicados para que seu conteúdo seja:
- Perceptível: é importante que ele contenha elementos e informações que possam ser percebidos pelos sentidos. Dessa forma, nenhum dado pode ser indetectável ou invisível.
- Operável: é fundamental que o conteúdo tenha elementos interativos, como botões, controles, entre outros. Eles precisam possibilitar a operação de forma física, como: clicar, deslizar, rolar, e também comandos de voz e outros dispositivos semelhantes.
- Compreensível: todas as informações apresentadas no conteúdo, precisam ser claras e objetivas, para facilitar a compreensão plena pelo usuário.
- Robusto: esse conteúdo precisa ser compatível com as tecnologias destinadas para esse fim, incluindo os dispositivos assistivos.
Dessa forma, se uma página ou site não seguir esses quatro princípios, ela não é considerada acessível a todos os usuários. Vale lembrar que a acessibilidade digital assiste diversos tipos de deficiências, relacionadas a questões: físicas, sociais, culturais e de conexão.
Por isso, se uma empresa trabalha com uma cultura omnichannel, ela precisará adaptar todos os canais disponibilizados pela organização. Além disso, há outros recursos importantes para garantir que o conteúdo seja acessível:
- Inclusão de conteúdos apresentado de diferentes formas, para que todos possam receber a informação plenamente;
- Trabalhar com todas as funcionalidades do teclado para quem apresenta dificuldade de uso do cursor, principalmente com o uso da tecla Tab para a rolagem da página;
- Desenvolver materiais que auxiliem os usuários em sua navegação e melhorem a sua experiência;
- Descrever links com texto explicativo;
- Utilizar cada elemento para o fim proposto, como: itens de lista para listas, estilos de título para títulos, tabelas para dados tabulares, etc.;
- Utilizar uma boa relação de contraste entre as cores;
- Dar preferência a fontes sem serifa, pois facilitam a leitura;
- Utilizar legendas ocultas em vídeos para leitores com deficiência auditiva;
- Desenvolver texto alternativo em imagens para os indivíduos com deficiência visual.
Todos esses cuidados, são essenciais para garantir a acessibilidade digital para grande parte das necessidades do público. Vale a pena estudar com cautela seu público-alvo, para avaliar quais as principais deficiências e dificuldades da audiência, o que pode ser feito através de uma simples pesquisa para quem visita seus canais digitais.
Por que é importante pensar na acessibilidade digital?
Primeiramente, a acessibilidade digital é um direito assegurado pela Constituição Federal. No Brasil, o Decreto Federal n.º 5.296 delibera a respeito da obrigatoriedade de garantir acessibilidade a todos, inclusive na internet, o que é reforçado pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146), sancionada em 2015, reforçando a determinação da acessibilidade em páginas da web.
Além disso, empresas que tomam esse cuidado, se mostram marcas humanizadas e isso contribui para fortalecer o branding da organização. Dessa forma, além de garantir o acesso a todas as pessoas, a empresa ainda melhora a experiência dos demais usuários na interação com suas plataformas.
Ao adotar essas práticas, as empresas se tornam mais competitivas e melhoram o seu destaque no mercado. Tornar suas mídias acessíveis, também possibilita aumentar o leque de clientes da empresa, logo, garantir mais oportunidades de negócio atraindo mais prospects.
Por fim, a empresa passa a ser vista como promotora de diversidade, inclusão e acessibilidade, o que ajuda a fortalecer a identidade da marca e quem sabe até possibilita torná-la uma love brand.
Vale lembrar que a acessibilidade digital também pode impactar no desempenho do seu site, pois os algoritmos do Google consideram os mais diversos fatores da experiência do usuário. Logo, se sua página oferece uma boa navegação para todos, isso acaba melhorando seu ranqueamento.
Como colocar a acessibilidade digital em prática
Já citamos ao longo do texto algumas práticas que podem ser aplicadas para tornar as mídias das empresas mais acessíveis. Se você pretende começar essa implantação, comece pelas dicas a seguir:
- Inclua legendas em todos os seus vídeos;
- Insira alt text em todas as imagens;
- Disponibilize opções de texto e/ou áudio para todo o conteúdo não textual;
- Utilize conteúdos que possam ser apresentados de diferentes formas sem perder o contexto;
- Faça com que todas as funcionalidades sejam acessíveis por teclado;
- Evite incluir elementos ou formas que possam causar algum tipo de confusão;
- Ofereça suporte ao usuário para a navegação;
- Revise seu site através de leitores de tela para verificar sua adequação para pessoas com deficiência visual.
Confira a Cartilha de Acessibilidade na Web, disponibilizada pela W3C Brasil — Consórcio World Wide Web, comunidade que desenvolve padrões para conduzir a Web ao seu potencial máximo. Nela, você confere muitas outras informações para otimizar sua página.
É importante lembrar que as empresas possuem todos os tipos de clientes, logo, é fundamental que se atentem para questões como essa para garantir o seu sucesso. Além disso, também é importante para os clientes internos que os meios da empresa sejam acessíveis, visto que também podem precisar desses recursos.
Qualquer usuário da Web tem grande potencial para ser um cliente fidelizado e até mesmo um defensor da marca. Investir na acessibilidade digital apresenta inúmeros benefícios para as empresas e os usuários, ou seja, é uma troca em que todo mundo ganha.
Lembrando que essa ação impacta diretamente na experiência dos consumidores, então aproveite para, assista nosso webinar: Customer Experience sem Mistérios — 5 passos essenciais e como evitar erros comuns.