Game as a Service: entenda a relação dessa estratégia com o Marketing Digital

O Game as a Service (GaaS) aposta na criação de jogos com um modelo de receita contínua, trabalhando com atualizações constantes. Saiba mais!


Segundo estudos, a indústria dos jogos eletrônicos é uma das que mais cresce no mundo, movimentando bilhões de reais por ano somente no Brasil. Com o crescente interesse por esse mercado, o setor de marketing passou a olhar mais para esse negócio em busca de obter novas oportunidades.

Além disso, o uso da gamificação, estratégia inspirada no universo dos games, é uma grande aposta atual do marketing digital, apontada como a fonte do sucesso de inúmeras estratégias de negócio e campanhas direcionadas.

Nesse movimento, o Game as a Service surgiu como uma nova tendência desse mercado, apontado como uma nova forma de enxergar o ramo. Entenda como funciona esse modelo e que lições de marketing podemos obter através dele. 

O que é o modelo Games as a Service (GaaS)?

Games as a Service (GaaS) em uma tradução literal significa “jogo como serviço”, e refere-se a monetização dos jogos, cada vez mais comum em diversos mercados. Em geral, este é um modelo de receita recorrente, em que não há custos iniciais de aquisição, mas dependem de compras ou assinaturas para gerar lucro.

O intuito do GaaS é engajar os jogadores para que se manterem ativos e motivados a continuar. A estratégia para conseguir isso, é oferecer um conteúdo de qualidade com consistência e frequência.

Assim como em uma estratégia de marketing de conteúdo, as atualizações dos jogos podem ser feitas de forma diária, semanal ou mensal, conforme o jogo e a estratégia definida.

Em geral, os jogos GaaS são acessados a partir da nuvem, o que os torna acessíveis para qualquer pessoa, facilitando o acesso de jogadores de todos os lugares a qualquer momento. Como parte dessa metodologia, há diversas opções de compras e cobranças nos jogos, como acessórios para os personagens, por exemplo.

É neste momento que os GaaS se diferenciam dos jogos tradicionais, pois agora, os jogadores podem dar um upgrade na sua conta e adquirir novas experiências exclusivas. É aqui que consiste a monetização dos games, já aceito pelo seu público-alvo.

Esse modelo de negócio está sendo cada vez mais utilizado em diversas áreas, pois foca em um atendimento ao cliente diferenciado, em que o relacionamento é mais próximo e dinâmico. 

Para essa estratégia ter sucesso, é fundamental que a empresa crie valor para seus jogos, mas sem esquecer de manter sempre o foco no cliente e buscar o seu sucesso e satisfação.

Qual o seu impacto no mercado?

O modelo Game as a Service tirou a indústria de jogos da zona de conforto, tornando necessária a adaptação da concorrência a este novo cenário. Dessa forma, ele impactou as estratégias dos desenvolvedores de jogos. 

Agora, o foco não é mais vender muitas cópias de um jogo, mas sim, criar valor para um determinado jogo e investir em formas de garantir uma receita recorrente mensal com ele, engajando os jogadores para se tornarem clientes fidelizados.

Esse modelo também apresenta benefícios para os consumidores, que conseguem aproveitar melhor o ROI, uma vez que sabem que o jogo será constantemente atualizado e irá oferecer upgrades e novos conteúdos regularmente.

Vale lembrar que essa opção conhecida como free-to-play, permite que o jogador teste o jogo para ver se gosta. Isso porque o lucro obtido com os jogos não provêm da sua venda, e sim das opções extra de recursos adicionais e itens exclusivos.

Já para os desenvolvedores de games, as vantagens em trabalhar com o modelo GaaS incluem a possibilidade de permanecer por mais tempo em um mesmo projeto. Isso porque nesse modelo, após o lançamento de um jogo ele continua sendo aprimorado e atualizado constantemente pelos profissionais.

Quando pensamos nas empresas de jogos, ainda que tenham precisado se adaptar a uma nova realidade, é importante lembrar que com esse novo modelo, elas não precisam mais investir alto de início na criação de um novo jogo.

O GaaS possibilita ir fazendo ajustes e aprimoramentos no jogo, conforme o retorno do público-alvo após o lançamento. Através de um sistema de CRM, por exemplo, é possível coletar e analisar dados para adequar o game conforme a preferência dos jogadores, considerando sempre a sua persona.

Essa evolução dos games, acontece conforme o relacionamento com o cliente vai se estreitando e a empresa passa a ter mais conhecimento a respeito dos jogadores. Por se tratar de um mercado bastante competitivo, isso é visto com bons olhos, pois estimula os desenvolvedores a investirem em inovações para garantir seu posicionamento estratégico no mercado.

Qual a relação do GaaS com a gamificação?

A gamificação ou gamification, segundo teorias do seu surgimento e consolidação, diz respeito ao uso de mecanismos de jogos criados com o objetivo de resolver problemas práticos ou de gerar engajamento em um público específico. 

Sabemos que as gerações atuais estão cada vez mais conectadas com a tecnologia, jogos digitais, redes sociais, entre outros canais. Quando uma empresa adota uma estratégia que contempla a inclusão da gamificação, ela consegue melhorar a experiência do consumidor e garantir mais competitividade para o seu negócio.

Nesse cenário, fica fácil perceber a ligação do GaaS com a gamificação, uma vez que ambos buscam garantir o engajamento e a fidelização dos clientes. Além disso, muitos elementos dos games são utilizados nas estratégias de gamificação, tais como os sistemas de pontos, recompensas, a fidelidade do usuário, entre outros.

Game as a Service

Que lições desse modelo podemos aplicar ao marketing?

Há algum tempo a gamificação e os sistemas semelhantes aos games vêm sendo utilizados nos planos de marketing de diversas empresas, principalmente as de tecnologia, ou aquelas que querem acompanhar as tendências do mercado.

Com o surgimento do GaaS que visa monetizar a indústria de jogos, o setor de marketing viu uma possibilidade de apostar ainda mais na gamificação, com o intuito de engajar e reter os clientes.

Uma vez que o objetivo principal do Marketing é identificar seu público-alvo e conquistá-los visando aumentar sua taxa de conversão, da mesma forma o GaaS visa criar conteúdo para fidelizar seu público e torná-los clientes recorrentes.

Confira a seguir, algumas lições que os profissionais de marketing podem extrair do modelo Game as a Service e aplicar em sua estratégia:

Microtransações

As microtransações são aquelas em que um consumidor paga um valor baixo em uma transação rápida. Ela pode ser para desbloquear um novo recurso, fazer um upgrade de nível, comprar itens virtuais, entre outros.

Para o setor de marketing, em um primeiro momento, essa opção pode não parecer tão vantajosa. Contudo, basta considerar a quantidade de jogadores existentes para lembrar que ela pode ser uma excelente opção para a rápida movimentação de receita.

Dessa forma, ainda que o ticket médio seja baixo, essa estratégia consiste em ganhos recorrentes, ou seja, na permanência dos jogadores na plataforma, fazendo microtransações com frequência, que pode resultar em um bom LTV no final das contas. 

Essas transações possibilitam que mais pessoas tenham acesso aos benefícios do jogo, uma vez que não demanda um alto investimento. Além disso, os jogadores podem optar por comprar exatamente aquilo que preferem, facilitando seu processo de fidelização.

Vale lembrar que essa técnica permite monetizar um jogo por tempo indeterminado, lançando novas atualizações e funções com um preço competitivo para que todos os jogadores possam aderir. Para o marketing, essa pode ser uma estratégia eficaz para manter o engajamento dos clientes, além de sua retenção e fidelização.

Publicidade

Se você faz parte do universo dos jogos, já deve ter se deparado com a publicidade in-game, bastante utilizada atualmente. Ela consiste na veiculação de anúncios nos jogos, o que pode beneficiar desenvolvedores e criar novas oportunidades de negócio, gerando novos fluxos de receita.

Contudo, é preciso lembrar que esse formato de publicidade precisa ser adaptado ao universo dos games, para não prejudicar a experiência dos jogadores e acabar gerando uma insatisfação.

Para isso, pense em um bom posicionamento para o anúncio, que pode ser em formato de banner ou vídeo curto. Outra opção, é apostar nos vídeos de recompensa, que disponibilizam prêmios dentro do game para aqueles que assistirem ao vídeo até o final.

É importante que essa publicidade não atrapalhe o jogador, mas seja vista como parte da experiência geral, de forma que seja atrativa, agradável visualmente e não atrapalhem a experiência de jogo.

Para o marketing essa é uma excelente oportunidade de veicular publicidades, ampliando os horizontes do setor e criando novas possibilidades de divulgação. Lembre-se de considerar os tipos de clientes que uma empresa possui antes de colocar seu anúncio em um game, pois a estratégia pode não fazer sentido para todos os tipos de público-alvo.

Personalização de opções e pagamento

No GaaS é possível se deparar com diversas formas de ter acesso ao conteúdo adicional oferecido pelo game. O jogador pode optar por começar jogando gratuitamente e com o tempo, assinar conteúdos individuais focados em seus interesses para ir personalizando a sua experiência.

Ele também pode escolher uma assinatura mensal, trimestral ou ainda pode optar por uma versão premium que dá acesso á diversas vantagens e opções extra. O pagamento pode ser facilitado, permitindo diversas opções de acordo com o perfil do cliente.

Oportunidade de criação de conteúdo

Assim como na maioria das estratégias de marketing, no GaaS o conteúdo é um ponto central que pode garantir mais inteligência competitiva para o negócio. Nesse modelo, é fundamental investir de forma consistente em conteúdos de valor para engajar o público. 

Em geral, nas estratégias de marketing tradicional, o conteúdo era gerado somente em torno do lançamento do jogo. Já no Game as a Service, o foco é gerar conteúdo frequente para manter o público interagindo, além de gerar receita de forma contínua.

Como forma de obter insights para a geração de conteúdo, os profissionais de marketing podem trabalhar de forma conjunta com os desenvolvedores, para entender melhor as tendências do mercado e obter informações relevantes para o seu planejamento.

A geração de conteúdo também estimula a curiosidade dos jogadores, que acabam acompanhando spoilers das novidades. Essa também é uma forma de chamar a atenção buscando recuperar leads perdidos, que por alguma razão podem ter perdido o interesse no game, mas continuam acompanhando as novidades 

Assim como no inbound marketing, a geração de conteúdo no GaaS ajuda a atrair novos clientes para o funil. Também é possível cobrar para que os jogadores atuais tenham acesso aos novos conteúdos, criando uma espécie de “close friends”, um espaço privado em que as empresas monetizam um conteúdo exclusivo.


Apostar em uma estratégia inspirada no modelo Game as a Service, possibilita desenvolver produtos e serviços que após adquiridos, podem disponibilizar novos recursos e itens especiais, gerando assim, uma receita recorrente mensal.

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